Tá Difícil...

Tá difícil abrir os olhos e o primeiro pensamento ser que não te tenho mais, que tudo acabou por bobagem, que eu ainda gosto de ti. Tá difícil andar na rua sem pressa pra chegar em casa e te responder no whatsapp, e tá muito difícil imaginar que agora pode estar falando com outras. É difícil acreditar que nunca mais vou beijar tua boca e nem me agasalhar com teu abraço. Difícil. Tá mesmo, realmente difícil. Eu tento ocupar a cabeça com mil coisas pra fazer as quais não têm mais graça, porque antes eu as fazia pensando em você. As cores sumiram, os pássaros se calaram e não tive mais vontade de cantar no chuveiro. Tá difícil sorrir, comer, dormir, jogar video game. Tá difícil estudar e trabalhar também. As coisas eram mais fáceis contigo, pelo menos pareciam ser. Eu juro que sei ser feliz sozinha, mas cá entre nós, tá bem difícil.

Você nem sabe
Mas é o motivo de minha insônia
De meus suspiros estressados
De meu olhar parado
Por recordar teu corpo
Suado
Abraçado
Do meu lado deitado
Não sabe que é a razão
Da minha falta de fome
Você nem sabe, nem imagina
Que eu queria que fosse meu homem
Hoje e todos os dias de minha vida
Você nem suspeita
Que quando a cabeça deita
É em você que ela pensa
E nem sequer passa pelas tuas ideias
De que eu estou aqui nessa madrugada
Sozinha, desolada
Enquanto você dorme
Mas quem sonha sou eu
Por mais noites ouvindo
Tua respiração
Por mais noites sentindo
O calor, a transpiração...
Eu sonho acordada
E você nem imagina, não sabe de nada

Sozinha
Acompanhada e sozinha
Ela tem uma vida comum
Ela tem um olhar profundo
Esconde o passado
Ela está sempre sozinha
Já sorriu
Hoje não mais
Ela tem tendencia a suicida
Ela sabe que não tem coragem
Sozinha
Não precisa provar pra ninguém
Talvez os calmantes sejam fortes
Talvez o café seja fraco
Ela sabe
Talvez a vida seja isso
Talvez ela não saiba viver
Ou nunca a ensinaram
Talvez o sorriso é uma farsa
Talvez no fundo seja doce
Mas ela é amarga
Sozinha
Sem ninguém
Talvez um dia mude
Talvez o dia mude
Já passou
E a noite vem para acompanha-la
Não mais sozinha
Mas na escuridão
Fria
Amarga
E vazia

Da Melhor Ressaca

A minha cerveja está gelada
Eu estou acompanhada
E feliz
Presto atenção (ou pelo menos tento)
No teus assuntos interessantes
Mas eu estou mesmo, neste instante
Querendo beijar esses lábios rosados
E o meu olhar está idiota
Porque nada mais importa
Enquanto você fala
A cerveja está esquentando
O clima está esquentando
A química aumentando
Agora estou te beijando
Meus dedos, teu cabelo agarrando
Uma música ao fundo tocando
As pessoas conversando
E eu?
Bem, eu estou ainda te beijando
A cerveja já está quente
Empurrei para longe
Porque a unica coisa que eu quero perto
É tua presença gostosa
Tua pele cheirosa
Teu riso espontâneo
Ápice momentâneo
Quando o coração esquece de bater
E eu fico bêbada de você
Porque não posso mais beber
A minha cerveja que já está à ferver

Nada Restou

Restou pouca coisa
Da noite passada
Tua pele arranhada
E a minha amassada

Restou esse perfume alucinógeno
Que é teu cheiro
Misturado com o meu
No corpo inteiro

Do teu corpo dourado
Em suor banhado,
Imóvel, deitado ao meu lado
Não restou nada

Do teu suor, nada restou

Das minhas unhas cravadas em seus braços, nada restou
Do meu cabelo bagunçado
Do teu rosto safado, nada restou

Da Ressurreição do Coração

As teias de aranha tirar
O sangue voltar a bombear
No coração que não sabia mais amar
E sentir
De novo poder sorrir
Sem motivo para gargalhar e
Ver no espelho os olhos à brilhar
Uma memória
De uma noite somente
E tantas histórias,
E tão de repente...
O pó varrer
Do peito que já estava à morrer
O coração volta a bater
O sangue volta a bombear
No coração que não sabia mais amar

sem título

Sentir-se bem
E incompleto
Sentir-se além
Do que pode ser certo

Sentir e deixar de sentir
Abraçar o ar
Ouvir
Tanta coisa tenho pra falar

Mas eu já desisti
Já não quero mais saber
Agora tudo é nada
Não preciso mais olhar pra ver